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“12. O perigo da confirmação do “eu” é que precisamos de outros para legitimar nossa existência, mas estamos, por isso, à mercê deles para ter uma correta identidade designada a nós. Se, como diz Stendhal, não temos caráter sem os outros, então o outro com quem partilhamos nossa cama deve ser um refletor habilidoso… ou então terminaremos deformados. E se formos amados por pessoas com os mais grosseiros erros de compreensão, as que nos negam um lado de nós mesmos pela pobreza de sua empatia? E a dúvida maior: os outros, por definição (porque a superfície do espelho nunca é lisa), não nos distorcem, seja para melhor ou para pior?”

(in Ensaios de Amor, Alain de Botton)