As pessoas chegam até a oficina do Terapia da Palavra ávidas por teoria, fórmulas prontas, uma lista com os 10 segredos que tornam qualquer pessoa em um bom escritor. Sempre dizemo isso, mas, não custa lembrar, nós, aqui, não acreditamos em fórmulas. Não há como encaixar todos os livros do Saramago, o fluxo de consciência da Clarice Lispector e os haicais do Leminski numa equação uniforme. Há sim, alguns bons conselhos espalhados por aí, mas antes disso, há muito mais coisa do que se supõe.

Pra início de conversa, ou de texto, há algumas ferramentas que consideramos indispensáveis. A primeira é a leitura. Não acreditamos que seja possível um bom escritor que não seja um ávido leitor. De preferência, um que tenha lido muito e ao menos um pouco de tudo. Alguma familiaridade com a matéria prima da qual a literatura é feita, as palavras, é condição sine qua non para essa aventura.

O primeiro indício que alguém poderá vir a ser um bom escritor, é, quando esse alguém, além de ler, se emociona quando lê. É alguém capaz de reconhecer em si a admiração e um pouco de inveja, ao se deparar com uma história tão bem contada, como naquele conto ou romance preferido. Ler, descrito em detalhes, aquele sentimento que você nunca entendeu, nem soube explicar direito, também costuma provocar essa admiração e essa cobiça.

Pra essa turma, recém fisgada por essa vontade de sair escrevendo por aí, gostamos muito de recomendar dois livros (há muitos livros bons, mas esses dois transmitem o que acreditamos ser mais importante nesse início de jornada).

ESCREVENDO COM A ALMA (Nathalie Goldberg)
Escrito em 1986, o livro é considerado a base de todo processo de Escrita Criativa. Nathalie dá dicas sobre como vencer a página em branco, suas inseguranças, a função da escrita como terapia, a importância da prática e, claro, como superar o medo de escrever.

A LOUCA DA CASA (Rosa Montero)
Nessa mistura de romance e ensaio, dedicado à própria literatura e ao ofício de escrever, Rosa nos pega pela mão para passear entre as flores e os espinhos da aventura da escrita. O que é memória e o que inventamos? A louca da casa, a imaginação, é inseparável durante toda a leitura, que é uma delícia!

E você? Já leu algum destes livros? Conte sua opinião pra gente, aí nos comentários!

https://www.terapiadapalavra.com.br/entrevista-affonso-romano-literatura-escrita-transformacao/

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A prática de escrever cartas não enviadas vai além do simbolismo e tem respaldo científico como ferramenta terapêutica. Estudos mostram que essa forma de escrita ajuda a processar emoções, aliviar a ansiedade e promover o autoconhecimento. Seja para despedidas, pedidos de perdão ou diálogos internos, escrever sem a expectativa de resposta pode ser um poderoso exercício de cura emocional.

Um prédio de correios no Japão virou abrigo para cartas a entes queridos que se foram. Reflexão sobre memória, despedida e a escrita como ponte entre mundos.

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