A imaginação de alguns autores é tão maravilhosa que eles não se limitam em criar uma história rica e bem construída. Eles também desenvolvem universos inteiros, com informações geográficas, povos e histórias elaboradas sobre tais lugares. Levantamos os 10 mundos fantasiosos mais incríveis da literatura. Confira a lista:

 

10. Utopia

O termo utopia vem do grego: significa οὐ (“não”) and τόπος (“lugar”), ou seja “não lugar”. A palavra foi criada por Sir Thomas More, em 1516, no livro Utopia. A obra descreve uma sociedade fictícia numa ilha do Oceano Atlântico. A Utopia era um lugar com um sistema político, social e jurídico perfeitos. Todo o conceito fantasioso de Utopia tornou-se um termo usado tanto na literatura, como na política internacional para descrever  um ideal perfeito, mas pouco realista, impossível de ser atingido. Foi a partir da Utopia de Thomas More que surgiu também o conceito de Distopia, muito usado nas fantasias para jovens adultos atuais.

9. Discworld

Discworld é um planeta fantástico, onde são desenvolvidos os acontecimentos da série de livros de mesmo nome, escrita pelo britânico Terry Pratchett. São 31 livros, publicados de 1983 a 2011. O mundo de Discworld é inspirado na mitologia hindu: o planeta é sustentado nos ombros de quatro elefantes (Grande T’phon, Tubul, Berilia e Jerakeen), que por sua vez são sustentados pelo casco de uma enorme tartaruga, a Grande A’Tuin. O enredo traz paródias de outros livros de fantasia, como Senhor dos Anéis e Conan, o Bárbaro, e personagens de origens fantásticas, como bruxas, gnomos, deuses, anões, entre outros.

8. Terra do Nunca

Em 1911, a peça infantil do escocês J. M. Barrie, chamada Peter e Wendy, foi publicada como livro. A história do menino que não queria crescer ganhou o mundo, e a Terra do Nunca, ilha para a qual ele fugiu, tornou-se um dos universos fantásticos mais famosos da literatura. O local fica no Mar das Mil Ilhas, e é lá que vivem Peter Pan, os meninos perdidos, a fada Sininho e o capitão Gancho. Para chegar, você precisa ir voando e pegar “a segunda estrela à direita e então direto, até amanhecer”. No romance, a Terra do Nunca é vista de maneira diferente por cada uma das crianças, servindo como uma metáfora para o escapismo da realidade e a infantilidade.

7. País das Maravilhas e o País dos Espelhos

O País das Maravilhas e o País dos Espelhos são os mundos em que Alice, personagem de Lewis Carroll, vive suas aventuras nos livros publicados em 1865 e 1871, respectivamente. O País das Maravilhas é um mundo de sonhos, estranho e louco, em que Alice chega após cair num buraco de coelho. Os animais são como pessoas, falam, tomam chá, fazem festa, etc. O tempo e o tamanho físico são relativos. A magia e a loucura estão presentes por toda parte. Nesse mundo, há um reino de cartas de baralho, onde a Rainha de Copas tem como bordão a frase “Cortem-lhe as cabeças”. O País das Maravilhas é uma metáfora de um mundo só visto através dos olhos de uma criança.

O País dos Espelhos se assemelha ao das Maravilhas. Alice chega lá passando pelo espelho em cima da chaminé de sua casa. É como se fosse um País das Maravilhas invertido: se você precisa ir a algum lugar, precisa andar para o outro lado. Toda essa terra é como um enorme tabuleiro de xadrez, com riachos marcando as bordas dos quadrados e as regras do jogo valem para quem tenta mudar de um quadrado para outro. A história avança à medida que Alice tem que ir jogando xadrez para se tornar rainha. O mundo do espelho também é um mundo de sonhos, mas, no caso, é uma metáfora para o nosso mundo adulto.

6. Nárnia

Nárnia é um mundo de fantasia, criado por C. S. Lewis e retratado na série de livros As Crônicas de Nárnia. Nárnia também é o nome de um país dentro deste mundo, que tem outros lugares como a Arquelândia, Cair Paravel, Ermo do Lampião, a Calormânia, a Charneca de Ettin, o Grande Deserto, Telmar, os Campos Agrestes do Norte, e os Campos Ocidentais. Esse lugar, criado pelo leão Aslan, tem magia, animais falantes e criaturas mitológicas. O país é plano e é o sol que circula o mundo, ao contrário do que acontece na Terra. O oceano tem água doce e o céu encontra o mar no limitar. Além disso, o tempo por lá passa muito mais rápido: 1 ano no nosso mundo corresponde à 1300 anos de lá. Lewis se inspirou em paisagens irlandesas para criar Nárnia.

5. A Galáxia

Douglas Adams escreveu uma “trilogia de cinco livros”, criando o universo inteiro em O Guia do Mochileiro das Galáxias. Nos livros, planetas e civilizações preenchem um universo de fantasia, a “Galáxia”, que seria a Via Láctea. A Terra, por exemplo, é destruída no início do primeiro livro para a construção de uma via expressa hiperespacial do povo Vogon, mal humorados e extremamente burocráticos e poetas. A Terra, na verdade, era um supercomputador, construído pelo pessoal do antigo planeta Magrathea, de aparência desértica e que já fora rico por conta do lucrativo negócio de produzir outros planetas. No caso, a Terra foi confeccionada para o Pensador Profundo, um supercomputador desenhado para calcular a resposta definitiva sobre a vida, o universo e tudo o mais. Dentro da Galáxia são descritos 5 setores, 20 sistemas solares e 30 planetas. Douglas Adams ainda fala sobre lugares no Universo além da Galáxia, como o Miliways, o restaurante no fim do universo, onde só se chega através de uma viagem no tempo ou o The Big Bang Burger Bar, que, ao contrário do anterior, fica exatamente no início da criação de tudo.

4. Terra de Oz

A primeira vez que se falou na Terra de Oz foi no livro O Fantástico Mágico de Oz, escrito por Frank Baum em 1900. É a história de Dorothy, que sai do Kansas num furacão e vai parar numa terra mágica. Nos primeiros livros, a geografia de Oz é dividida em 4 países e a Cidade das Esmeraldas no centro. Tais países estão limitados dos quatro lados por desertos intransponíveis. O Homem de Lata é imperador do País dos Winkies, Glinda governa o sul, terra dos Quadlings. Ainda há o norte, país dos Gillikins, e o leste, dos Munchkins. A cidade das Esmeraldas é governada pela Princesa Ozma e os demais países são subordinados a ela.

A partir do terceiro livro, é revelado que existem outros países além da Terra de Oz. Como, por exemplo, o Reino de Ev, o País dos Nomos e mundos subterrâneos como o Reino dos Vegetais, a terra de Voe e o mundo das Gárgulas, entre outros. Esses lugares ficam além dos desertos de Oz, e são cercados por um Oceano chamado Nonéstico.

3. Duna

O universo ficcional de Duna foi criado por Frank Herbert, com o primeiro livro (também chamado Duna) lançado em 1965. O autor publicou, ainda, outros 5 livros. A partir de 1999, Brian Herbert, filho de Frank, e Kevin J. Anderson ampliaram ainda mais a série de livros, que também se expandiu para outras plataformas. Esse universo acontece num futuro distante, quando a humanidade vive em uma espécie de sistema feudal, em que cada família nobre, aliada a um imperador, controla um planeta diferente. Essa sociedade baniu todo tipo de inteligência artificial, mas usa uma especiaria chamada “melange”, que permite aumentar as funções mentais e físicas dos humanos. O planeta desértico Arrakis é a única fonte de melange no universo, porém é um lugar perigoso e difícil de controlar, onde vive a família protagonista da trama. A história de Duna é considerada uma das principais séries de ficção científica de todos os tempos. A obra influencia até os cientistas: em 2009, os nomes de planetas de Duna foram utilizados para nomear planícies e outras formações em uma lua de Saturno.

2. Westeros e Essos

Westeros e Essos são dois continentes descritos na série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin. É nessa grande área que se passa a história dos 5 livros já publicados da saga. Westeros é o principal continente, onde acontece a disputa pelo Trono de Ferro. Ricamente descrito, é possível compreender todo o contexto social e geopolítico de Westeros pelos livros. Cada região possui uma família ou poder dominante. No Norte, fica uma muralha mágica feita de gelo, que separa o resto do continente de uma região dominada por selvagens e outras criaturas mágicas. Abaixo da muralha, estão localizados o Norte, as Ilhas de Ferro, o Vale, as Terras Fluviais, as Terras Ocidentais, a Campina, as Terras da Coroa (onde fica a capital, Porto Real) e, por fim, Dorne e as Terras da Tempestade.

O mar Estreito separa Westeros de Essos, um continente bem maior, mas menos populoso. Por ali existem várias cidades-estado. Toda a costa oeste é dominada por nove Cidades Livres. No centro sul, fica a Baía dos Escravos, com cidades portuárias e escravagistas. No interior do continente ficam tribos de guerreiros, região conhecida como Mar Dothraki. Já na costa leste, fica Qharth e o Mar de Jade. Ao sul da Baía dos Escravos, encontram-se as Ilhas do Mar Fumegante, região em que ficava Valíria. Existe, ainda, uma parte inexplorada de Essos, onde fica Asshai e as Terras da Sombra.

Ainda há um terceiro continente, pouco conhecido, chamado Sothoryos, localizado ao sul de Essos.

1. Terra Média

A Terra Média saiu da imaginação de J.R.R. Tolkien, que descreveu as histórias desse universo na trilogia O Senhor dos Anéis, além de O Hobbit e O Silmarillion. As narrativas dos livros contam as aventuras e lutas num mundo chamado Arda e, principalmente, num continente desse mundo, a Terra Média. Nesse lugar vivem elfos, homens, anões, magos, hobbits, orcs, trolls e dragões. Os mapas de toda a região foram publicados junto com os livros – e também posteriormente à morte de Tolkien, com contribuição dos fãs da série. O universo desenvolvido pelo autor é tão completo que inclui também idiomas e escritas próprias.

A Terra Média que existe nos livros seria um período imaginário no passado da própria Terra. Numa aproximação imperfeita, se o mapa da Terra Média fosse projetado no da Terra, algumas semelhanças se alinham, como o Condado dos Hobbits na Inglaterra, Gondor na Itália e Grécia, e Mordor na Turquia e Oriente Médio.

 

Uma dica bacana para quem quiser conhecer mais sobre lugares imaginários e universos complexos, é o livro “Dicionário de Lugares Imaginários”, atualmente esgotado, mas que pode ser encontrado em sebos, aqui.

https://www.terapiadapalavra.com.br/entrevista-affonso-romano-literatura-escrita-transformacao/

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