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Você não precisa ser “de humanas” para escrever todos os dias. E nem precisa ser fã de “textão” no Facebook para sentir na pele os benefícios do exercício de escrever diariamente. Na verdade, você nem precisa publicar nada. Apenas o simples ato de escrever, à mão ou no computador, pode trazer uma série de benefícios para sua saúde.

Escrever é se comunicar, seja com o mundo ou apenas com você. É uma forma de organizar ideias, de construir conhecimento, de treinar o cérebro. Quando você escreve apenas para treinar, pode fazer isso desligado da internet, dando um tempo para refletir sobre si e sobre a vida.

Além disso, com o tempo, você poderá perceber que suas habilidades com as palavras vão melhorar. Assim, você não só saberá se expressar melhor como também poderá desenvolver um pensamento mais analítico. Escrever, tal como um esporte, é questão de treino. E depende apenas de você.

Tais ideias são defendidas por grandes personalidades, como o investidor bilionário Warren Buffet, que diz que escrever é o segredo para refinar seus pensamentos. Richard Branson, famoso empreendedor, escreve vários posts em sites e redes sociais. Ele, que tem fortuna avaliada em mais de US$ 5,6 bilhões, já afirmou: “minha posse mais essencial é um caderno escolar padrão”

E os benefícios você só poderá perceber testando. Mas caso você ainda esteja com um pé atrás antes de começar a escrever só pelo treino todos os dias, veja um pouco do que cientistas falam sobre a importância da escrita.

Pesquisas indicam que escrever pode trazer benefícios para a saúde

Há diversos assuntos e tópicos que você pode escrever e que te trarão diferentes resultados. Pesquisa desenvolvida por Laura A. King, uma pesquisadora da Universidade Metodista Meridional, nos Estados Unidos, mostra que registrar suas metas de vida pode trazer benefícios psicológicos.

A pesquisa foi conduzida com 81 estudantes que deveriam dissertar sobre o evento mais traumático de suas vidas, o que esperavam de melhor sobre o futuro, uma mistura dos dois tópicos, ou algum tema não emocional. Após três semanas, a cientista observou que as pessoas que escreviam sobre seu melhor futuro tinham melhoras significativas no humor. Quando o experimentou passou de cinco meses, pessoas que escreviam sobre os traumas também passaram a apresentar melhoras no humor.

“Acreditamos que escrever sobre eventos estressantes ajudaram os participantes a tomarem consciência desses acontecimentos e reduzirem o estresse”, comentou Elizabeth Broadbent, coautora do estudo, ao site da revista Scientific American.

Resultados semelhantes foram encontrados com pacientes que sofrem com câncer. Um estudo publicado no The Oncologist, uma revista científica especializada na doença, mostrou que ao escrever de forma expressiva, pacientes com leucemia e linfoma mostraram melhorias. Quase metade deles (53,8%) afirmaram que, após três semanas escrevendo 20 minutos ao dia, o hábito ajudou a mudar seus pensamentos sobre a doença. A mudança de pensamento foi associada a melhorias físicas.

Muito além de uma hashtag no Instagram, a gratidão realmente tem efeitos benéficos na vida. Escrever pelo que é grato, todas as semanas, deixa as pessoas mais positivas e motivadas sobre o seu futuro – como revela esse estudo, da Universidade Kentucky, reportado pelo jornal The New York Times.

Outro estudo, publicado no Academy of Management Journal, acompanhou 63 engenheiros que foram demitidos. Os pesquisadores os dividiram em três grupos: um primeiro que deveria escrever sobre temas não emocionais, como gestão de tempo; um segundo que não deveria fazer nada; e um último que escreveria sobre seus sentimentos.

Após três meses, apenas 5% dos engenheiros do primeiro e do segundo grupo foram recontratado. Já entre os que escreviam sobre seus sentimentos, 26% conseguiram retomar seus empregos. Após oito meses, a diferença foi ainda maior: 19% dos participantes dos primeiros grupos foram recontratados, contra 52% dos que estavam no último.

Os que escreviam sobre seus sentimentos mostraram guardar menos remorso e raiva contra seus antigos empregadores. Eles não fizeram mais entrevistas que os outros, mas se saíram melhor nelas.